O sistema métrico, com seus 150 anos de história, é hoje uma das maiores conquistas da padronização internacional / Freepik
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Você pode nem perceber, mas toda vez que mede algo com uma régua, pesa alimentos na balança ou abastece o carro, está usando um sistema padronizado criado há um século e meio.
Foi um acordo internacional firmado em 1875 que lançou as bases para o Sistema Internacional de Unidades (SI), pilar da ciência, da indústria e do cotidiano até hoje.
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No dia 20 de maio de 1875, representantes de 17 países reuniram-se em Paris e am a Convenção do Metro, um marco histórico para a padronização das medições no mundo. Até então, cada país (e às vezes cada região) usava unidades próprias, dificultando o comércio, a cooperação científica e o desenvolvimento tecnológico.
O tratado criou o Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), sediado até hoje nos arredores de Paris, responsável por definir e manter os padrões de medida globais, como o metro e o quilograma. Com o tempo, esse trabalho deu origem ao Sistema Internacional de Unidades (SI), utilizado em mais de 100 países.
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A ideia de um sistema universal de medidas nasceu no final do século 18, durante a Revolução sa, como uma forma de romper com padrões ligados à monarquia e à Igreja. O metro foi definido originalmente como um décimo de milionésimo da distância entre o Polo Norte e o Equador, ando por Paris.
O cálculo durou sete anos e levou à criação da primeira barra-padrão de platina, apresentada em 1799.
Com o avanço da ciência, o metro ganhou novas definições. Em 1960, ou a ser baseado na luz emitida por átomos de criptônio-86. E, em 1983, com o uso de relógios atômicos, a unidade foi redefinida com máxima precisão: o metro ou a ser a distância percorrida pela luz no vácuo em 1/299.792.458 de segundo, uma medida baseada no tempo, confiável e universal.
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Graças a essa precisão, hoje é possível, por exemplo, medir a distância até a Lua com lasers disparados da Terra, que refletem em espelhos deixados por astronautas da missão Apollo. Os dados revelaram que a Lua se afasta da Terra a uma taxa de 3,8 centímetros por ano.
Fundado com a missão de manter um sistema único de medições, o BIPM conta atualmente com 64 Estados-membros e atua em áreas que vão da física à química, da radiação ao tempo. A organização é responsável por garantir que todas as medições no mundo sejam comparáveis, precisas e rastreáveis a padrões internacionais.
Isso permite que diferentes países compartilhem dados confiáveis, assegurem qualidade em seus produtos e tomem decisões com base em números exatos, algo essencial em setores como saúde, segurança alimentar e meio ambiente.
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Embora amplamente adotado, o sistema métrico não foi universalmente implementado com a mesma velocidade. A Austrália, por exemplo, só oficializou o uso em 1970, quase um século após aderir ao tratado.
Já os Estados Unidos, embora signatários desde o início, continuam utilizando na prática as unidades imperiais, como milhas e polegadas, no cotidiano. No entanto, as áreas científicas e industriais seguem os padrões métricos.
Mesmo em países que adotaram o SI, vestígios do sistema imperial ainda persistem: medidas de roupas, tamanhos de televisores e utensílios de cozinha, por exemplo, muitas vezes mantêm padrões antigos.
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O sistema métrico, com seus 150 anos de história, é hoje uma das maiores conquistas da padronização internacional.
Sustenta desde as compras no mercado até as missões espaciais e mostra como a cooperação entre nações pode transformar a maneira como vivemos, trabalhamos e evoluímos, tudo isso com uma precisão que começa em milímetros, mas alcança o infinito.